sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Meu Uruguay



Uruguay. Também pode significar um desafio de ótica. Olhado de longe, pode parecer monótono e desinteressante. Porém essa é somente a visão medíocre e ignorante. Quando entramos nessa obra conseguimos decifrar, ou se intrigar ainda mais com ela.
A primeiros olhares parece muito mais diferente do que imaginávamos. Começando pelo aeroporto. Pequeno, porém mais funcional e belo que todos os brasileiros. E, a partir deste ponto, as semelhanças e diferenças surgem aleatoriamente.
Já no caminho ao hostel, passando pelas principais vias de Montevideo, vemos ruas cheias de árvores, calçadas largas e limpas. Entretanto no momento em que nos aproximamos do destino, se tem a sensação de voltar a San Pablo, escalando montes de surpresas caninas. Só que a curiosidade cultivada pela ansiedade da viagem nos faz levantar a cabeça e ver o rio, ou será mar? Ruas paralelas e perpendiculares que nos lembram Nova Iorque. Onde passam ônibus brancos, sem catracas e mais saltitantes que os paulistanos. Aliás suprem muito bem a ausência de metrô. 
Dentro deles avançamos pela "18 de Julio", dia da declaração de independência, passando por pequenos prédios de arquitetura antiga. Todos coladinhos uns nos outros, mas repentinamente aparecem quebras verdes: as praças, espécie em extinção na capital paulista.
Descendo do ônibus nos dirigimos ao Liceo, escola que nos dá uma aula de como fazer educação pública e de qualidade. E é lá que encontramos nós mesmos, os jovens. Não existem jovens brasileiros e nem uruguaios, existem jovens. Fissurados por música, falando das "chicas", provocando os torcedores dos times adversários. A única diferença é a falta de desodorante e o excesso de música.
Outra semelhança muito marcante: o orgulho e a apreciação. Aqui eles se gabam de praças e serviços públicos, mas também falam invejosamente de nossas paisagens naturais e do tamanho brasileiro, o contrário do que dizemos.
Mas, como sempre, o futebol reflete tudo. A paixão irracional e a cobrança são idênticas, entretanto ver o estádio lotado e o apoio do torcedor nos faz pensar sobre a seleção canarinho.
Uruguay. Tão parecido e tão diferente ao mesmo tempo. Incrível.

Pedro Arakaki

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